Fanfic: ‘’Eu fui a melhor amiga dos Beatles’’
Capítulo 6: A hora da verdade
23
de Janeiro de 1958
- Você está me ouvindo
Lennon? –Perguntou o Sr.Bratvor o professor de Biologia mais chato da Quarry
Bank School. Meses após Paul entrar na banda, eles já haviam feito pequenos
shows em vários clubes de Liverpool. John já não se interessava mais pelos
estudos e suas notas em diversas matérias haviam caído. No momento, ele estava
fazendo um desenho hilário de seu querido professor de Biologia na hora da explicação.
- Claro senhor. –
Respondeu John sorrindo.
- Então o que foi que
eu disse? – Perguntou o Sr.Bratvor
- Alguma coisa em
relação a... Bem...
- ‘’A... Bem... ’’
Preste atenção Sr.Lennon, é sua última chance antes que eu te tire da sala de
aula!
- Claro. Desculpe
Senhor. – Respondeu John. Assim que o homem virou para escrever no quadro, John
fez uma careta e entregou o desenho para os amigos, que foram passando uns para
os outros e rindo do papel. Mas um dos amigos de John acabou rindo muito alto,
fazendo o professor ir até ele e retirar o papel de suas mãos. Depois o homem
foi até John e disse:
- Se não me engano
essa é sua letra não é Sr. Lennon? O que pensa que estava fazendo? Desenhando-me
como um elefante?
- Só estava passando o
tempo... Pelo menos desenhei a verdade...
- SAIA AGORA DESSA
SALA!- O Sr.Bratvor pegou John pelas orelhas e o mandou para a sala do diretor
enquanto seus colegas de classe riam. O rapaz levou outra suspensão e foi para
casa. Mimi foi atender a porta e encontrou o sobrinho ainda com as vestes da
escola e um papel nas mãos.
- E como foi a aula
John?
- Ham, preciso
responder?
- Entra! E me dê este
papel! –Ela estendeu a mão e pegou o papel de suspensão da mão do garoto
enquanto ele entrava.
- Terei de ir a sua
escola?
- Sim, eles insistem.
O diretor quer falar com você. Acha que vão me expulsar?
- É bem provável. Com
tudo que anda fazendo. Eu vou agora e você fica aqui. Tentarei pedir para não
te expulsarem.
- Posso passear com a
mamãe? No porto, eu ligo agora para ela.
- Pode claro. Mas
esteja de volta as 15h00minh. - John concordou. Mimi foi até o colégio de John
para conversar com o diretor enquanto ele e Julia foram passear no porto.
- Eu costumava a vir
aqui pra ver o por do sol com meus amigos. Depois nós íamos visitar os barcos
que ficavam atracados no cais. E pensávamos em viajar pelo mundo inteiro, nos
lugares emocionantes que existem. - Disse Julia.
- Papai era da marinha
não era? Conheceram-se em um desses barcos?
- Sim. Às vezes eu o via.
-Disse ela disfarçando
- Será que um dia eu
vou voltar a vê-lo? – Perguntou John.
- Eu acho que não
querido. – Disse Julia meio triste.
- Por que nunca fala
dele?
- É complicado John.
Um dia você vai entender.
- O que é tão
complicado para que eu não possa saber? Sabe o quanto sempre foi complicado
explicar para as pessoas o porquê de minha ‘’mãe’’ ser minha tia. Ou o fato de
eu não ter um pai? Quando vai me contar a verdade?
- John fale baixo!
- Você se sente
envergonhada é? E como acha que eu me senti durante todos esses anos?
- Eu sempre quis ficar
com você John! Mas a Mimi nunca me devolveu você!
- Onde ele está agora?
Ele não mora na esquina como você não é?
- Eu não sei onde ele
está. Não mandou cartas, nem deixou dinheiro. Ele simplesmente nos abandonou!
- E depois você me
abandonou!
- Mas eu não tive
escolha! Mimi sempre cuidou tão bem de você John!
- Mas eu não sou da
Mimi! Eu sou seu filho!
- Eu sei John. Eu sei-
Disse ela o abraçando- E eu te amo tanto!
- Queria muito
acreditar em você Julia. –John se afastou da mãe e foi embora para casa. Lá
encontrou Mimi, sentada no sofá e perguntou como foi no colégio.
- Foi bem. Primeiro
disse a ele nossos problemas, a sua separação familiar, disse que você, no
fundo, é um bom menino, com talento musical. Então ele disse que na verdade só
queria recomendar outra escola pra você. A escola de artes de Liverpool.
- A escola de artes de
Liverpool!? – Perguntou John entusiasmado.
- Sim. Ele disse que é
menos tradicional, menos rígido, aberto a novas idéias. Ele disse que você
ficaria melhor lá, continua com as mesmas matérias tradicionais, só que com
menos aulas, lá eles dão mais valor as artes. Então fiquei satisfeita e quero
saber se você quer estudar lá.
- Mas é claro!
Matricule-me quando puder! Vou ter aulas de musica?
- Sim, e de pintura
também. Seu diretor gosta de seus desenhos. Ele até... – Mas ela foi
interrompida por alguém que batia na porta. John foi atendê-la e viu Julia.
- Não muito obrigado.
– Ele fechou a porta na cara da mãe. E voltou a sala.
- Quem era?
- Um fantasma. Você
dizia?
- John! – Mimi foi até
a porta e abriu a para Julia.
- Olhe só temos uma
visita!- Disse John
- Filho, eu preciso
falar com você. – Disse Julia
- Agora você quer
falar! Gritou John. - Olha só Mimi, eu e mamãe tivemos uma conversa sobre, qual
é nome dele? Alf? Não é? Ela me disse coisas, como, que ele nos abandonou e que
você, por incrível que pareça me roubou dela.
- Eu nunca disse
isso!-Se defendeu Julia
- Disse sim! Você
disse que a Mimi nunca me devolveu pra você, e eu acho que quando eu não
devolvo alguma coisa, eu estou roubando ela!
- O que você andou
dizendo a ele Julia? Ela disse por que roubei você?-Perguntou Mimi
- Bom ela está aqui
pergunte a ela. - Disse John
- Mimi, por favor... -
Implorou Julia
- Por favor, por quê?
Devo me calar como sempre fiz? Olhe para ele! Acha que devemos esconder a verdade
agora?
- Que verdade?-
Perguntou John
- Ela te contou que teve
uma filha de outro homem?
- Outra filha?- Ele
perguntou para a mãe que começou a chorar. Mimi sentou-se no sofá e suspirou:
- Sua mãe sempre
procurou companhia, sabe o que significa isso? E ela achou, com um soldado
militar, enquanto seu pai estava na guerra. E você tinha só três anos!
- Mas eu não me lembro
de nenhuma filha. - Respondeu John
- E como? Foi um
sofrimento. Ela nasceu morta. Pelo menos foi o que soubemos. Não é Julia? –
Mimi encarou a irmã que chorava fortemente. – E depois disso, sua mãe arrumou outro
namorado, o Bob, ainda casada com seu pai. E depois que ele voltou da guerra,
tentou dar uma chance ao casamento, mas sua mãe recusou!- John começou a chorar.
- Quando você tinha uns cinco anos, estava morando comigo, então o Alf apareceu
e disse que levaria você para um passeio. Eu acreditei. Mas ele te sequestrou!!
Levou você para passar um dia em Blackpool e planejava levar você com ele para
Nova Zelândia! Então sua mãe foi atrás dele, para tentar impedir que você fosse
embora, se não nunca mais nos veria. Lá ela convenceu você a ficar conosco e
Alf foi embora. Então eu fui até a casa de vocês e peguei você John! E ela
concordou! Por que o Bob não queria criá-lo e eu tinha uma condição financeira
melhor que ela na época. Então você ficou comigo! Enquanto sua mãe vivia do
outro lado da cidade, com o namorado e com as filhas.
- Mas eu sempre estive
perto John! Eu te amo! – Disse Julia
- CALA A BOCA! Não vê
o que está fazendo comigo? Eu vou embora daqui! –Ele gritou e subiu as escadas.
Pegou seu violão e algumas roupas, quando desceu disse:
- Vou pra casa do Paul
por uma semana, até lá, tentem se lembrar de que são irmãs!- John saiu porta a
fora e deixou Mimi e Julia na sala.
Uma semana depois,
quando estava voltando para casa, viu sua mãe e sua tia no jardim tomando chá e
rindo. Ele sorriu e foi até elas:
- Nossa! Que cena
maravilhosa! Duas senhoras lindas que eu amo, fizeram as pazes. – Elas o
olharam e se levantaram.
- John, nós
conversamos e... – Disse Julia
- Queremos pedir
desculpas. – Completou Mimi
- Não vou crucificá-la
pelo que ela fez. - Ele disse pra Mimi. – E mamãe, não vou te odiar. Mas também
não vou esquecer. Eu só quero que fiquemos em paz. Vocês sabem que eu amo
vocês, não sabem?
- Oh John!- Elas
disseram juntas e os três se abraçaram.
Na semana seguinte John entrou no Colégio
de artes de Liverpool e tudo estava bem. Mas a situação da banda era que, estavam
precisando de um guitarrista solo e bom. Mas quem? Paul sabia a resposta. Ia
apresentar para John um amigo seu.
Esse capítulo é um dos mais importantes...
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